quarta-feira, 14 de outubro de 2009
projetos ou centros de interesse?
Não existem temas que não possam ser abordados através de projetos. Freqüentemente o sentido de novidade, de adentrar-se nas informações e problemas que normalmente não se encontram nos programas escolares, mas que o aluno conhece através dos meios de comunicação, conduz a uma busca em comum da informação, abrindo múltiplas possibilidades de aprendizagem, tanto para os alunos como para o professorado. Tudo isso não impede que os docentes também possam, e devam, propor aqueles temas que considerem necessários, sempre e quando mantenham uma atitude explicativa similar à que se exige dos alunos. Acredito que é bem mais interessante trabalhar assim, com projetos e não com centros de interesse que já destaquei ser bem diferente, partindo de uma curiosidade que faz parte do cotidiano do aluno, por exemplo este ano minha turma fez um projeto que questionava por que algumas pessoas perdiam a casa que tinham com as enchentes e outras nem tinham casa para morar?
Nos Centros de interesse, se abordam, sobretudo, temas das áreas das Ciências Naturais e Sociais; as propostas concretas são apresentadas pelos alunos e a decisão sobre o que se vai estudar é tomada por votação na sala de aula, já trabalhei desta forma com a educação infantil e dá certo, mas acaba caindo na mesmisse e não possibilita inovações, o que se trabalha é a natureza , os animais... No fundo, não há lugar para o novo: o professor ou a professora ensinam aquilo que sabem e que o aluno deva aprender. O Centro de interesse deve figurar no programa do curso ou os conteúdos são transformados para se aproximarem dele. Uma vez escolhido, o professor costuma apresentar o material para seu estudo e decidir a seqüência e as relações entre as diferentes fontes de informação que o aluno possa estabelecer.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Alfabetização e letramento na escola é para sociedade?
Segundo a autora “[...] a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola. Já outras agências de letramento, como a família, a igreja, a rua como, lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes. (KLEIMAN, 1995, p. 20)”. Há fortes indícios de que a escola se preocupa muito mais em ensinar códigos escritos, isto é (alfabetizar), do que cumprir também com a função de entender e fazer uso desse código na prática social, o que nos deixa extremamente preocupados enquanto profissionais engajados e comprometidos com nosso trabalho na escola para fazer a diferença da sociedade.
domingo, 4 de outubro de 2009
Aprender baseando-se nos centros de interesse é diferente da aprendizagem construída com os projetos de aprendizagem. Segundo Amato, Centros de Interesse são agrupamentos de conteúdos e atividades educativas realizadas em torno de temas centrais de grande significação para a criança, mas que estão relacionados a sua realidade, diferente do projeto que pode surgir de uma curiosidade . Para a autora, o critério para a seleção dos Centros deixa de ser exclusivamente identificado com as necessidades vitais (necessidades de alimentação; de lutar contra as intempéries; de agir, trabalhar, descansar, divertir-se; de defesa contra perigos e inimigos), e desloca - se para o seu significado. Nos Centros, são trabalhados temas selecionados da realidade próxima das crianças, não por curiosidades e perguntas elaboradas por ela assim como se faz com projetos de aprendizagem..
O professor ao perceber os interesses da criança, deve instigar a formular problemas e ele deve orientar o processo de investigação, cabe aos professores organizar projetos que estejam ao alcance das crianças partindo de suas curiosidade. Para Derwey (1959a, p.214-215) os projetos apresentam “problemas típicos que devam ser resolvidos por reflexão e experimentação pessoal e pela aquisição de conteúdos definidos do conhecimento capazes de levar, mais tarde, a noções cientificas mais especializadas. Trabalhar em projetos significa planejar um trabalho inteligente e consecutivo que propicie uma familiaridade da criança com os métodos investigativos e com a experimentação”. Percebo isso claramente em minha filha quando chega em casa contando as novidades referentes aos projetos de aprendizagem que estão construindo. Ela tem cinco anos e está na pré-escola e durante este ano juntamente com a professora elaboraram dois projetos, o primeiro projeto foi sobre os pássaros e as borboletas, ela aprendeu muitas coisas referentes a estes assuntos e sempre que escuta algo a respeito, relembra o que estudaram na escola contando detalhes sobre metamorfose e diferentes espécies de pássaros. Atualmente estão estudando “por que as estrelas só aparecem á noite? Isto foi curiosidade de um aluno que motivou todos na turminha a quererem saber sobre isto. Minha filha veio me dizer que o sol se escondia atrás das nuvens nos dias nublados, mas ela não entendia por que a lua só aparecia a noite e o sol se escondia a noite. Sua professora está fazendo uma investigação com eles que envolve pesquisa na internet, visualização de filmes , livros, revistas... mesmo sabendo que não é conteúdo de educação infantil ela acredita na aprendizagem dos alunos quando estão interessados pelo assunto e são motivados a questionarem, segundo ela “se for, ainda muito cedo para processarem estas informações certamente no futuro quando retomarem este conteúdo terão lembranças deste projeto feito na educação infantil”( professora Dani).
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